Uma vida cheia de amor não pode ser infeliz.
Há alguns dias li a
história de uma mulher que lutou com todos os seus esforços para proteger
judeus em sua casa durante a Segunda Guerra Mundial. Em tempos de paz, ela se
dedicava, entre outras coisas, ao cuidado de pessoas que sofriam de
deficiências mentais. Porém, quando uma grande leva de judeus começou a fugir
da Alemanha para buscar abrigo em seu país, a Holanda, essa mulher passou a ter
como seu principal objetivo de vida a ajuda aos perseguidos pelo nazismo.
O custo foi alto.
Dias e dias se passavam e a preocupação de ser presa a perseguia. Um quarto
secreto foi construído em sua casa para abrigar seus amigos judeus, porém, ela
mesma estava desprotegida. Todos os seus vizinhos já tinham conhecimento de sua
“atividade clandestina”, e era questão de tempo até que a Gestapo, polícia
secreta nazista, batesse à (ou arrombasse) sua porta. Até que o triste dia
chegou.
Corrie – como
costumavam chamá-la – foi presa, depois levada a um campo de concentração.
Finalmente, foi transportada junto com centenas de outras mulheres em velhos
vagões de trem até o temido campo de extermínio de Ravensbruck, na Alemanha.
Mas o ponto alto dessa história é que, a despeito dos indizíveis sofrimentos
que viveu, Corrie encontrou maneiras de demonstrar amor em todos os lugares por
onde passou.
Por providência
divina ela foi liberta do campo de extermínio, dias antes de todas as mulheres
de sua idade serem levadas à câmara de gás. Após o fim da guerra, com seu país
livre da opressão do inimigo, poderia ela correr atrás unicamente de seus
interesses pessoais e buscar reconstruir sua vida? Sim, com certeza. Nada mais
justo. Contudo, para quem foi capaz de amar em meio às mais densas trevas de
sua existência, impossível seria viver de outra maneira quando a luz do sol
despontasse.
Corrie ten Boom
dedicou-se a cuidar de pessoas e encorajá-las a vencer seus próprios medos.
Incontáveis são as pessoas que foram confortadas por suas palestras, e sua
história ainda provoca lágrimas aos leitores de seus livros; lágrimas de
consolo.
Após a leitura,
pensei no grave contraste entre as motivações da Corrie e o nosso modo de viver
do Século XXI. Quando
penso na filosofia popular que reza: “o importante é ser feliz”, fico
imaginando se os ávidos buscadores da felicidade efetivamente a encontram. Nos
nossos dias, se eu “não estou feliz”, posso quebrar contratos, faltar com a
palavra e abandonar relacionamentos duradouros, sob a única justificativa de
que “eu tenho o direito de ser feliz”. No entanto, frequentemente ocorre o
paradoxo de que a felicidade parece fugir de quem a busca. E como agarrá-la?
Talvez possamos
encontrar um meio de fazê-lo ao pensarmos ao contrário dos nossos instintos. Explico:
se estamos com fome, comemos. É instintivo. Nosso estômago está vazio e precisa
ser preenchido com algum alimento saudável. Porém, quando o assunto é
felicidade, penso que o caminho é inverso: se o nosso coração tem fome de
felicidade, ele só pode ser saciado quando se esvaziar.
Devemos esvaziar a
nossa alma de tanta coisa boa acumulada e que não está sendo útil a ninguém. Há
tanta gente cheia de amor que não dedica esse amor a seu próximo... Muitos têm
vasto conhecimento, mas somente o empregam na busca de seus objetivos egoístas.
Outros têm recursos financeiros, mas somente acumulam para que possam ter mais.
Acredito que a nossa
felicidade virá somente quando nos esquecermos um pouco dela para nos
lembrarmos do nosso próximo. A Corrie pôs esse princípio em prática, e se nós
também o fizermos, vamos constatar que uma vida cheia de amor não pode ser
infeliz.
Que historia, isso é amor, é entrega, é viver!!
ResponderExcluirAmei seu blog, agora seguindo sempre :)
Pois é, Peu, a história dela é incrível! Grato por sua visita ao meu blog! Abraço!
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